Há uma frase que chegou ao Brasil, muito usada no passado:
"Até aí, morreu o Neves".
"Até aí, morreu o Neves".
Ninguém sabe ao certo a origem da frase. O máximo que já consegui, depois de muita pesquisa, foi saber que, segundo João Ribeiro, citado por Antenor Nascentes, em seu Tesouro da Fraseologia Brasileira (terceira edição revista por Olavo Aníbal Nascentes. [Rio de Janeiro]: Editora Nova Fronteira, [1986], s. v. Neves), a frase «Até aí morreu Neves» poderia ter origem em algum entremez, vaudeville ou comédia.
O dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues (nasceu em Recife, mas mudou-se para o Rio de Janeiro) usou-a muito em seus escritos. A idéia é que, embora a morte do Neves seja um fato grave (alguém morreu), como ele representa apenas um ilustre desconhecido sem qualquer relação com os interlocutores, o fato não traz qualquer implicação maior e pode ser ignorado.
Expressões brasileiras
“Até aí, morreu o Neves !”
Qualquer um com mais de 40 anos, mesmo não sendo fã do Nelson Rodrigues, já deve ter ouvido a expressão: “até aí, morreu o Neves”.
A idéia é que, embora a morte do Neves seja um fato grave (alguém morreu), como ele representa apenas um ilustre desconhecido sem qualquer relação com os interlocutores, o fato não traz qualquer implicação maior e pode ser ignorado.
Ainda que a expressão em si já esteja em desuso, a atitude não poderia estar mais em voga.
Muito comum, principalmente em empresas multinacionais de origem norte americana que sofrem da síndrome do excesso jurídico, a crença de que “se não é da minha área então não é problema meu” encontra forte ressonância também no território nacional.Talvez seja, no nosso caso, um efeito colateral de implementações de sistemas de otimização de gestão mal conduzidas.
Fato é que, ainda que a morte do Neves tenha ocorrido em outro departamento, a conta do enterro pode vir parar no seu centro de custo, e certamente o féretro circulará por toda a empresa, lembrando-nos de que poderíamos ter feito algo por ele quando ainda em vida.
“Até aí, morreu o Neves !”
Qualquer um com mais de 40 anos, mesmo não sendo fã do Nelson Rodrigues, já deve ter ouvido a expressão: “até aí, morreu o Neves”.
A idéia é que, embora a morte do Neves seja um fato grave (alguém morreu), como ele representa apenas um ilustre desconhecido sem qualquer relação com os interlocutores, o fato não traz qualquer implicação maior e pode ser ignorado.
Ainda que a expressão em si já esteja em desuso, a atitude não poderia estar mais em voga.
Muito comum, principalmente em empresas multinacionais de origem norte americana que sofrem da síndrome do excesso jurídico, a crença de que “se não é da minha área então não é problema meu” encontra forte ressonância também no território nacional.Talvez seja, no nosso caso, um efeito colateral de implementações de sistemas de otimização de gestão mal conduzidas.
Fato é que, ainda que a morte do Neves tenha ocorrido em outro departamento, a conta do enterro pode vir parar no seu centro de custo, e certamente o féretro circulará por toda a empresa, lembrando-nos de que poderíamos ter feito algo por ele quando ainda em vida.
E a sensação final será a de que, tal qual Elvis, o Neves não morreu. Ficará na memória de todos por um bom tempo.